domingo, 15 de agosto de 2010

Até Quando?




Autores:
Genevaldo Damascena, Gleide Cristina Barbosa, Izabel Ferreira, Maíne Pessoa

Por uma Práxis Pedagógica e Social

Caros leitores desta revista,
Prestem atenção no que iremos dizer
Pois isto interessa a mim,
E interessa também a você,
Que precisam sobre o conceito
De práxis compreender.

Antes de qualquer coisa queremos,
Dizer sobre a educação,
Que é uma prática social,
Que faz parte da civilização,
O homem historicamente situado,
Objetivando a humanização.

Por ser uma prática social,
O processo de educar,
Há duas maneiras,
Que esta pode se dar:
Ou se educa pra reproduzir,
Ou se educa pra transformar.

Na sociedade capitalista
Há educadores que podem dizer:
“Que tudo isso é bom,
Basta mérito se ter”,
Não podendo ser diferente
O nosso mundo acontecer.

O outro lado da moeda,
Que aqui queremos exaltar,
A forma da pedagogia dialógica,
Que pode o mundo modificar.
Pois Freire já nos dizia:
“O conhecimento o homem pode libertar”.

Na pedagogia antidialógica,
Que funcionaliza a educação,
Entre teoria e prática,
Há uma dissociação,
Que no processo ensino-aprendizagem,
Tem gerado alienação.

Já na pedagogia dialógica,
Unidade deve-se buscar,
Entre a teoria e prática,
Para o mundo modificar.
Pois uma conhece o mundo,
E a outra visa transformar.

A unidade que aqui foi dita,
Procure não esquecer.
É a práxis futuros docentes,
Que depende de você.
É um instrumento de ação,
Que o educador precisa obter.

Equipe: Edicleia Barros, Tainara Castro, Jackeline Santana, Jaqueline Mota, Aline dos Anjos

Poema: EM BUSCA PELA LIBERDADE

No meu interior ressoa uma voz
Muitas vezes cortante, implorando
Por mudanças.
Outras vezes, trêmula,
Manifestando medo.
Medo de quê?
Medo de quem?

Busco respostas, mas não as encontro.
Todos dizem que somos livres,
livres para as nossas escolhas,
Mas querem o tempo todo lubridiar
nossas mentes e decidir por nós.
Como se tivéssemos
vontade própria,


A sociedade determina quem sou.
Sou um estranho.
Não me percebo, não me conheço.
Observo tudo em minha volta,
Mas não tenho liberdade
Para expor o que penso
O que sinto
E inexoravelmente, sou punida.
e oprimida
na minha própria existência .

Onde está minha liberdade
em ser de fato quem eu sou?
Querem ocultar-me valores
éticos e morais,
os quais a sociedade determina,
dita e acredita que é viável à todos.

Eu nesta mesma sociedade
vil e medíocre,
que viola o meu pensar,
que poda os meus ideais,
não permitindo ser o que
de fato sou.
Busco incansavelmente viver
a minha essência humana

Tenho medo,
medo desta liberdade
que ainda me aprisiona.
Há tanta mediocridade,
pois percebo que continuo
escrava de mim mesma,
aprisionada neste exílio
conhecido por consciência


AUTORAS: Ivanete Medrado e Solange Nogueira

A Educação Como Mediadora da Liberdade

Paulo Freire (1987) nos ensina que crer no povo, nos educandos, nas pessoas, é a condição prévia para mudança, que ocorre como consequência de uma transformação primeiramente individual e posteriormente coletiva. Neste sentido, ainda de acordo com Freire, ser um revolucionário é se reconhecer no povo. Dizer-se comprometido com a libertação e não comungar com o povo de seus problemas, aflições e opressões é um equívoco.

Diante disto, se faz necessário compreender as formas de dominações e suas estruturas como também a forma de comportar-se desses oprimidos diante da opressão, pois dentro desses padrões, desses marcos concretos em que se fazem duais, é natural que descreiam em si mesmo, sem voz, nem vez e sem ação.

Paulo Freire nos convida a olhar para essas pessoas presas nas armadilhas sociais, desumanizadas pelo sistema socioeconômico atual e estruturas de governos impostas. Neste caso, deve-se fazer o esforço por parte dos educadores e também da sociedade como um todo para favorecer a reflexão dos menos favorecidos sobre suas condições concretas. Reflexão esta que não deve limitar-se a teoria, mas principalmente a prática.

Paralelamente a isto Freire (1996), também relata que a educação tem um papel de fundamental importância para a libertação dos indivíduos, para tanto a escola deve sair do tradicionalismo e vestir uma nova roupagem, que busque mediante a prática da pesquisa, tanto do corpo docente como também discente, para o que é proposto em sala de aula venha condizer com a realidade de seus envolvidos, colaborando assim para o despertar da curiosidade e consequentimente para uma consciência crítica que contribua para sua libertação.

Ainda neste sentido, Hoffiman também explica que a avaliação mediadora é uma importante ferramenta na educação, visto que por meio da mesma é possível observar de forma interativa com os educandos, os conhecimentos adquiridos por ambas as partes, e o que ainda necessita ser visto e também melhorado, já que o professor, como explica Rogers, não é o único detentor do saber, ele também deve estar junto com seus alunos obtendo o conhecimento de forma mútua e contínua. Isto diferentemente do modo arcaico em que tinha a avaliação como um instrumento de autoridade de quem a aplicava. Não que a autoridade não seja importante, mas ela deve ser adquirida e não imposta. Por meio desta avaliação mediadora, o processo ensino aprendizagem passa a ser mais confortável o que acaba resultando em uma aquisição mais significativa do conhecimento para alunos e também professores, de forma não opressora.

Também vale salientar algumas características, que segundo Freire (2003), são indispensáveis para o professor em sala de aula, são elas: a humildade em que ele explica que dificilmente o professor ouvirá quem ele julgue menos competente, se ele não possuir esta característica; amorosidade segundo ele não deve estar apenas ligada aos alunos, mas também ao próprio processo de ensinar; a coragem em que o educador deve superar o próprio medo; a tolerância, sem ela é impossível um trabalho pedagógico produtivo; a segurança que demanda competência científica, clareza política (não privilegiar um aluno mais que o outro), e por fim a paciência “o discurso paciente é sempre bem comportado enquanto o impaciente vai mais além do que a própria realidade suportaria” Freire (2003 p55-61). Essas características juntamente com o domínio teórico facilitarão o processo entre professor e aluno e consequentemente a um aprendizado críticosocial ao mesmo tempo em que contribuem para o educando tornar-se um sujeito realmente livre.

Em suma o caráter eminente pedagógico da libertação, consiste na teoria do autor suparacitado (1987): “(...) ninguém se liberta sozinho, e não se pode realizar esse processo com homens pela metade (...)”. Esta liberdade não se limita apenas a comer e dormir, mas também para criar, construir, para admirar e aventurar-se.


ALGUMAS QUESTÕES PARA REFLETIR:

1- De que forma você vê a educação como um processo de libertação?
2- O que você entende por conscientização?
3- Que instrumentos poderiam ser utilizados para conduzir o educando a compreensão da realidade?



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra,1996

Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 17ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.

Freire, Paulo. Professora sim, tia não. 14 ed. Olho d´agua, sp, 2003.
Freire

Hoffmann, Jussara. O jogo do contrário em avaliação. Porto Alegre: Mediação, 2005.

MILHOLAN. F. E forinha bill. E. Skinner x rogers: Maneiras contrastantes de encarar a educação. 3 ed. São Paulo: Summus,1978

Equipe: Allyne Nonato, Damiana Dos Santos, Ivanete Medrado, Priscila Cordeiro e Solange Nogueira.

Com muita Educação te digo. . .








Equipe: Nasciele Essel, Mª Aparecida Gonçalves, Rosângela Chaves, Shirley Krettli.